quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Divisâo da Filosofia

Os Pré-Socráticos

Podemos afirmar que foi a primeira corrente de pensamento, surgida na Grécia Antiga por volta do século VI a.C. Os filósofos que viveram antes de Sócrates se preocupavam muito com o Universo e com os fenômenos da natureza. Buscavam explicar tudo através da razão e do conhecimento científico. Podemos citar, neste contexto, os físicos Tales de Mileto, Anaximandro e Heráclito. Pitágoras desenvolve seu pensamento defendendo a idéia de que tudo preexiste à alma, já que esta é imortal. Demócrito e Leucipo defendem a formação de todas as coisas, a partir da existência dos átomos.


Período Clássico

Os séculos V e IV a.C. na Grécia Antiga foram de grande desenvolvimento cultural e científico. O esplendor de cidades como Atenas, e seu sistema político democrático, proporcionou o terreno propício para o desenvolvimento do pensamento. É a época dos sofistas e do grande pensador Sócrates.

Os sofistas, entre eles Górgias, Leontinos e Abdera, defendiam uma educação, cujo objetivo máximo seria a formação de um cidadão pleno, preparado para atuar politicamente para o crescimento da cidade. Dentro desta proposta pedagógica, os jovens deveriam ser preparados para falar bem (retórica), pensar e manifestar suas qualidades artísticas.

Sócrates começa a pensar e refletir sobre o homem, buscando entender o funcionamento do Universo dentro de uma concepção científica. Para ele, a verdade está ligada ao bem moral do ser humano. Ele não deixou textos ou outros documentos, desta forma, só podemos conhecer as idéias de Sócrates através dos relatos deixados por Platão.

Platão foi discípulo de Sócrates e defendia que as idéias formavam o foco do conhecimento intelectual. Os pensadores teriam a função de entender o mundo da realidade, separando-o das aparências.

Outro grande sábio desta época foi Aristóteles que desenvolveu os estudos de Platão e Sócrates. Foi Aristóteles quem desenvolveu a lógica dedutiva clássica, como forma de chegar ao conhecimento científico. A sistematização e os métodos devem ser desenvolvidos para se chegar ao conhecimento pretendido, partindo sempre dos conceitos gerais para os específicos.


Período Pós-Socrático

Está época vai do final do período clássico (320 a.C.) até o começo da Era Cristã, dentro de um contexto histórico que representa o final da hegemonia política e militar da Grécia.

Ceticismo: de acordo com os pensadores céticos, a dúvida deve estar sempre presente, pois o ser humano não consegue conhecer nada de forma exata e segura.

Epicurismo: os epicuristas, seguidores do pensador Epicuro, defendiam que o bem era originário da prática da virtude. O corpo e a alma não deveriam sofrer para, desta forma, chegar-se ao prazer.

Estoicismo: os sábios estóicos como, por exemplo, Marcos Aurélio e Sêneca, defendiam a razão a qualquer preço. Os fenômenos exteriores a vida deviam ser deixados de lado, como à emoção, o prazer e o sofrimento.


Filosofia Antiga

Em 479 a.C. com a vitória dos gregos sobre os persas, consolida-se a democracia em Atenas. A idéia de "homem" passa a ser identificada com a concepção de “cidadãos da pólis". As preocupações e especulações filosóficas concentram-se, apartir desse momento, não mais na relação do homem com a natureza, como ocorria nos pré-socráticos. O que importa agora é a relação entre seres humanos: a vida social.

Sócrates (469-399 a.C.) é tradicionalmente considerado um marco divisório da história da filosofia grega. Por isso, os filósofos que o antecederam são chamados pré-socráticos e os que o sucederam de pós-socráticos. Sua filosofia era desenvolvida mediante diálogos críticos com seus interlocutores. Esses diálogos podem ser divididos em dois momentos básicos: aironia (interrogação) e a maiêutica (concepção de idéias). Os principais representantes do período pós-socrático: Platão e Aristóteles.


Filosofia Medieval

A Idade Média inicia-se com a desorganização da vida política, econômica e social do Ocidente, agora transformado num mosaico de reinos bárbaros. Depois vieram as guerras, a fome e as grandes epidemias. O cristianismo propaga-se por diversos povos. A diminuição da atividade cultural transforma o homem comum num ser dominado por crenças e superstições.

O período medieval não foi, porém, a "Idade das Trevas", como se acreditava. A filosofia clássica sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos. Sob a influência da Igreja, as especulações se concentram em questões filosófico-teológicas, tentando conciliar a fé e a razão. E são nesse esforço que Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino trazem à luz reflexões fundamentais para a história do pensamento cristão.


Filosofia Moderna

Pode a razão conhecer Deus? Atravessando tortuosos caminhos, o pensamento medieval não foi conclusivo. A escolástica chegou ao seu limite. A desagregação da cristandade com a reforma protestante e o renascimento cultural trouxe novas questões. A burguesia entra em cena e caracteriza a mentalidade moderna. De modo geral, associam-se ao renascimento mudanças de ênfase nos seguintes valores: antropocentrismo, racionalismo e individualismo.

René Descartes é considerado um dos pais da filosofia moderna. Aplicando a dúvida metódica, chegou a celebre conclusão: "Penso, logo existo". Seu método da dúvida crítica abalou profundamente o edifício do conhecimento filosófico de sua época.


Filosofia Contemporânea

O conhecimento amplia-se e faz surgir um novo objeto de estudo, o próprio homem. Cada época abrange uma corrente de pensamento, juntamente com seus respectivos conceitos e pensadores. Entre os filósofos idealistas estão Descartes, Kant e Hegel. Já na tradição racionalista pós-cartesiana temos Pascal, Spinoza, Guilherme de Occam e Leibniz. No palco inicial do empirismo moderno os principais representantes são: Francis bacon, Locke, Berkeley e Hume. Dentro da filosofia política destacam-se os seguintes filósofos: Aristóteles, Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau, Engels, Maquiavel, Voltaire, Fichte, dentre outros. Já no positivismo temos Augusto Comte. O representante da crítica ao positivismo é Bérgson. Dentro da filosofia das Ciências ou Epistemologia temos como representante Bachelard. A concepção de materialismo tem como representante Karl Marx.

Nas primeiras décadas do século XX, o mundo estava em crise. A filosofia também. Diversos pensadores passam a questionar o sentido da vida humana. Surge, assim, a tendência existencialista.

Seus principais inspiradores:

Kierkegaard, Nietzsche, Husserl, Heidegger, Camus e Sartre. O inconsciente representa papel fundamental na filosofia de Schopenhaue.Sob esse aspecto antecipou-se alguns dos conceitos mais importantes da psicanálise fundada por Sigmund Freud.

No pensamento pós-moderno temos influências marcantes, tais como: Michel Foucault, Gilles Deleuze, Haber, mas, Richard Rorty, Adorno, Marcuse, dentre outros.

O Mito da Caverna

O Mito da Caverna de Platão
Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um muro alto. Entre o muro e o chão da caverna há uma fresta por onde passa um fino feixe de luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa. Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali, de costas para a entrada, acorrentados sem poder mover a cabeça nem se locomover, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros nem a si mesmos, mas apenas as sombras dos outros e de si mesmos por que estão no escuro e imobilizados. Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que se passam do lado de fora sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Do lado de fora, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres e animais cujas sombras também são projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches. Os prisioneiros julgam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que transportam nos ombros são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e falam.Um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. De inicio, move a cabeça, depois o corpo todo; a seguir, avança na direção do muro e o escala. Enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil, sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus olhos sob a luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho do fogo que havia no interior da caverna. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento.Ao permanecer no exterior o prisioneiro, aos poucos se habitua a luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de ver as próprias coisas, descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras. Doravante, desejará ficar longe da caverna para sempre e lutará com todas as forças para jamais regressar a ela. No entanto não pode deixar de lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim, toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu econvencê-losaselibertaremtambém.Só que os demais prisioneiros zombam dele, não acreditando em suas palavras e, se não conseguem silenciá-lo com suas caçoadas, tentam fazê-lo espancando-o. Se mesmo assim ele teima em afirmar o que viu e os convida a sair da caverna, certamente acabam por matá-lo. Mas quem sabe alguns podem ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidir sair da caverna rumo a realidade?

História da Filosofia

De origem grega, a palavra filosofia significa amor à sabedoria. Na história da filofia desde a Antiguidade, a surpresa e o espanto perante o mundo levam o homem a formular questões sobre a origem e a razão do Universo e a buscar o sentido da própria existência. Todos os aspectos da cultura humana podem ser objeto de reflexão. A questão central de cada corrente filosófica está inserida na estrutura econômica, social e política de determinado momento histórico.

A palavra filosofia é utilizada pela primeira vez por Pitágoras, por volta do século VI a.C., quando se dá a passagem do mundo mítico para a consciência racional. Nessa época surgem os primeiros sábios (sophos, em grego), principalmente nas cidades jônicas que estabeleceram relações comerciais com o Oriente.


HISTÓRIA DA FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA

Pré-socráticos são os filósofos anteriores a Sócrates que viveram na Grécia por volta do século VI a.C., considerados os criadores da filosofia ocidental. Essa fase, que corresponde à época de formação da civilização helênica, se caracteriza pela preocupação com a natureza e o cosmo. Ela inaugura uma mentalidade baseada na razão e não mais no sobrenatural e na tradição mítica. As escolas jônica, eleática, atomista e pitagórica são as principais do período.

Os físicos da Jônia, como Tales de Mileto, Anaximandro, Anaxímenes e Heráclito, procuram explicar o mundo pelo desenvolvimento de uma natureza comum a todas as coisas e em eterno movimento. Heráclito afirma a estrutura contraditória e dinâmica do real. Para ele, tudo está em constante modificação. Daí sua frase "Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio", já que nem o rio nem quem nele se banha são os mesmos em dois momentos diferentes da existência. Os pensadores de Eléa, como Parmênides e Anaxágoras, ao contrário, dizem que o ser é unidade e imobilidade e que a mutação não passa de aparência. Para Parmênides, o ser é ainda completo, eterno e perfeito. Os atomistas, como Leucipo e Demócrito, sustentam que o Universo é constituído de átomos eternos, indivisíveis e infinitos reunidos aleatoriamente.

Pitágoras afirma que a verdadeira substância original é a alma imortal, que preexiste ao corpo e no qual se encarna como em uma prisão, como castigo pelas culpas da existência anterior. O pitagorismo representa a primeira tentativa de apreender o conteúdo inteligível das coisas, a essência, prenúncio do mundo das idéias de Platão.


HISTÓRIA DA FILOSOFIA CLÁSSICA

A filosofia da Grécia antiga teve nos sofistas e em Sócrates seus principais expoentes. Eles se distinguem pela preocupação metafísica, ou procura do ser, e pelo interesse político em criar a cidade harmoniosa e justa que tornasse possível a formação do homem e da vida de acordo com a sabedoria. Esse período corresponde ao apogeu da democracia e é marcado pela hegemonia política de Atenas.

Os sofistas, como Protágoras de Abdera e Górgias de Leontinos, são educadores pagos pelos alunos. Pretendem substituir a educação tradicional, destinada a preparar guerreiros e atletas, por uma nova pedagogia, preocupada em formar o cidadão da nova democracia ateniense. Com eles, a arte da retórica - falar bem e de maneira convincente a respeito de qualquer assunto - alcança grande desenvolvimento.

Conhecido somente pelo testemunho de Platão, já que não deixou nenhum documento escrito, Sócrates desloca a reflexão filosófica da natureza para o homem e define, pela primeira vez, o universal como objeto da ciência. Dedica-se à procura metódica da verdade identificada com o bem moral. Seu método se divide em duas partes. Pela ironia (do grego eironéia, perguntar) ele força seu interlocutor a reconhecer que ignora o que pensava saber. Descoberta a ignorância, tenta extrair do interlocutor a verdade contida em sua consciência (método denominado maiêutica).

Discípulo de Sócrates, Platão afirma que as idéias são o próprio objeto do conhecimento intelectual, a realidade metafísica. Para melhor expor sua teoria, utiliza-se de uma alegoria, o mito da caverna, no qual a caverna simboliza o mundo sensível, a prisão, os juízos de valor em que só se percebem as sombras das coisas. O exterior é o mundo das idéias, do conhecimento racional ou científico. Feito de corpo e alma, o homem pertenceria simultaneamente a esses dois mundos. A tarefa da filosofia seria libertar o homem da caverna, do mundo das aparências para o mundo real, das essências.

Aristóteles aperfeiçoa e sistematiza as descobertas de Platão e Sócrates. Desenvolve a lógica dedutiva clássica, que postula o encadeamento das proposições e das ligações dos conceitos mais gerais para os menos gerais. A lógica, segundo ele, é um instrumento para atingir o conhecimento científico, ou seja, aquilo que é metódico e sistemático. Ao contrário de Platão, afirma que a idéia não possui uma existência separada - ela só existe no ser real e concreto.


HISTÓRIA DA FILOSOFIA PÓS-SOCRÁTICA

Até o início da Era Cristã, as correntes filosóficas do ceticismo, epicurismo e estoicismo traduzem a decadência política e militar da Grécia.

Primeira grande corrente filosófica após o aristotelismo, o ceticismo afirma que as limitações do espírito humano não permitem conhecer nada seguramente. Assim, conclui pela suspensão do julgamento e permanência da dúvida. Ao recusar toda afirmação dogmática, prega que o ideal do sábio é o total despojamento, o perfeito equilíbrio da alma, que nada pode perturbar.

Epicuro e seus seguidores, os epicuristas, viam no prazer, obtido pela prática da virtude, o bem. O prazer consiste no não-sofrimento do corpo e na não-perturbação da alma. Os estóicos, como Sêneca e Marco Aurélio, pregam que o homem deve permanecer indiferente a circunstâncias exteriores, como dor, prazer e emoção. Procuram submeter sua conduta à razão, mesmo que isso traga dor e sofrimento, e não prazer.

No século III da Era Cristã, Plotino pensa o platonismo na perspectiva histórica do Império Romano. As doutrinas neoplatônicas têm grande influência sobre os pensadores cristãos.


HISTÓRIA DA FILOSOFIA MEDIEVAL

Ao retomar o platonismo, o teólogo romano Santo Agostinho identifica o mundo das idéias com o mundo das idéias divinas. Pela iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Essa corrente é conhecida como patrística por ser elaborada pelos padres da Igreja Católica. Entre os séculos V e XIII predomina a escolástica, conjunto das doutrinas oficiais da Igreja, influenciadas pelos pensamentos de Platão e Aristóteles. Os representantes da escolástica estão preocupados em conciliar razão e fé e desenvolver a discussão, a argumentação e o pensamento discursivo. Uma das principais correntes filosóficas da época é o tomismo, doutrina escolástica do teólogo italiano Santo Tomás de Aquino. (Ver Filosofia Medieval)


HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA

A desintegração das estruturas feudais, as grandes descobertas da ciência e a ascensão da burguesia assinalam a emergência do Renascimento. Em contraste à filosofia medieval, dogmática e submissa à Igreja, a filosofia moderna é profana e crítica. Representada por leigos que procuram pensar de acordo com as leis da razão e do conhecimento científico, caracteriza-se pelo antropocentrismo - que considera o homem o centro do Universo - e pelo humanismo. O único método aceitável de investigação filosófica é o que recorre à razão. René Descartes, criador do cartesianismo, é considerado o fundador da filosofia moderna. Ele inaugura o racionalismo, doutrina que privilegia a razão, considerada alicerce de todo o conhecimento possível. Ao contrário dos antigos pensadores que partiam da certeza, Descartes parte da dúvida metódica, que põe em questão todas as supostas certezas. Ocorre a descoberta da subjetividade, ou seja, o conhecimento do mundo não se faz sem o sujeito que conhece. O foco é deslocado do objeto para o sujeito, da realidade para a razão ("Penso, logo existo").

Além do racionalismo, as principais correntes da filosofia moderna são o empirismo e o idealismo, movimentos que têm relação com a ascensão da burguesia e com a Revolução Industrial.

No século XVII, o inglês Francis Bacon esboça as bases do método experimental, o empirismo, que considera o conhecimento como resultado da experiência sensível. Na mesma linha estão Thomas Hobbes, John Locke e David Hume.


SÉCULO XVIII

O racionalismo cartesiano e o empirismo inglês preparam o surgimento do iluminismo no século XVIII. Immanuel Kant deseja fazer a síntese do racionalismo e do empirismo a partir de uma análise crítica da razão. Supera esses dois movimentos ao afirmar que o conhecimento só existe a partir dos conceitos de matéria e forma: a matéria vem da experiência sensível e a forma é dada pelo sujeito que pensa.

O idealismo consiste na interpretação da realidade exterior e material a partir do mundo interior, subjetivo e espiritual. Isso implica na redução do objeto do conhecimento ao sujeito conhecedor. Ou seja, o que se conhece sobre o homem e o mundo é produto de idéias, representações e conceitos elaborados pela consciência humana. Um dos principais expoentes é o alemão Friedrich Hegel. Para explicar a realidade em constante processo, Hegel estabelece uma nova lógica, a dialética. Defende que todas as coisas e idéias morrem. Essa força destruidora é também a força motriz do processo histórico.


SÉCULO XIX

O positivismo do francês Auguste Comte considera apenas o fato positivo (aquele que pode ser medido e controlado pela experiência) como adequado para estudo. O método é retomado no século XX, no neopositivismo, representado pelo austríaco Ludwig Wittgenstein.

Ainda no século XIX, Karl Marx utiliza o método dialético e o adapta à sua teoria, o materialismo histórico, que considera o modo de produção da vida material como condicionante da história. O marxismo propõe não só pensar o mundo mas transformá-lo. Assim formula os princípios de uma prática política voltada para a revolução.

Nessa época surgem também nomes cuja obra permanece isolada, sem se filiar a uma escola determinada, como Friedrich Nietzsche. Ele elabora uma crítica aos valores tradicionais da cultura ocidental, como o cristianismo, que considera decadente e contrário à criatividade e à espontaneidade humana. A tarefa da filosofia seria, então, libertar o homem dessa tradição. No fim do século XIX, o pragmatismo defende o empirismo no campo da teoria do conhecimento e o utilitarismo (busca a obtenção da maior felicidade possível para o maior número possível de pessoas) no campo da moral. Valoriza a prática mais do que a teoria e dá mais importância às conseqüências e aos efeitos da ação do que a seus princípios e pressupostos.


HISTÓRIA DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

No século XX, vários pensadores reinterpretam o marxismo, como o húngaro Gyorgy Lukács, o italiano Antonio Gramsci, os franceses Henri Lefebvre, Louis Althusser e Michel Foucault e os filósofos ligados à Escola de Frankfurt. Paralelamente, o tcheco Edmund Husserl dá início à fenomenologia, que tenta superar a cisão entre racionalismo e empirismo. Consiste no estudo descritivo dos fenômenos, ou seja, das coisas como são percebidas pela consciência, que são diferentes das coisas em si mesmas. Seus seguidores são Martin Heidegger, Maurice Merleau-Ponty e os filósofos do existencialismo, como Jean-Paul Sartre, que consideram a existência humana o primeiro objeto da reflexão filosófica ("a existência precede a essência").

Com o avanço da ciência e da tecnologia, e o maior domínio do homem sobre a natureza, a epistemologia, estudo crítico de princípios, hipóteses e resultados das ciências, alcança grande desenvolvimento. O estruturalismo surge a partir da pesquisa de duas ciências humanas: a lingüística, com o suíço Ferdinand de Saussure, e a antropologia, com Claude Lévi-Strauss. O estruturalismo parte do princípio de que há estruturas comuns a várias culturas, que precisam ser investigadas independentemente dos fatores históricos.

Autoria: Gean Massaro

domingo, 18 de setembro de 2011

Fascismo

Fascismo é a denominação que se dá ao regime político que surgiu na Europa entre 1919 e 1945, portanto, no intercurso das duas grandes guerras mundiais (I Guerra Mundial e II Guerra Mundial). É considerado um regime de direita e suas características básicas são: o totalitarismo, o nacionalismo, o idealismo e o militarismo.

De modo geral o fascismo é identificado como o regime implantado por Benito Mussolini na Itália no período do pós-guerra. Contudo, ainda que a Itália seja o berço dessa ideologia, a Europa viveu sob ameaça de expansão deste regime durante toda a década de 1930. O fenômeno fascista estendeu-se para outros países europeus como Espanha (Francisco Franco), Portugal (Salazar), entre outros.

Os italianos eram um povo que possuía um extremo sentimento de nacionalismo. Sua identidade enquanto nação era determinada pela unidade de raça, língua, cultura e território. Este sentimento de nacionalidade foi profundamente atingido – no período do pós-guerra – pelo não cumprimento integral das promessas por parte dos Aliados da guerra. A I Guerra Mundial trouxera conseqüências desastrosas para a Itália, o país encontrava destroçado e os Aliados recusaram-se a cumprir os acordos feitos. Os italianos sentiram-se humilhados e foi deste sentimento de nacionalismo ferido que se estruturou na Itália o regime fascista.

Em meio às agitações do período, provocadas pela profunda crise econômica que a Itália vivia – situação que se agravava pelas greves e manifestações de trabalhadores insatisfeitos – Benito Mussolini, antigo agitador social, é convocado para chefiar o país. Encarregado de organizar um novo gabinete Mussolini dissolveu partidos de oposição e assumiu o comando do país.

Apesar de ter origem oficialmente em 1919, o fascismo torna-se conhecido a partir de 1922, quando Mussolini chega ao poder. Um mês depois de assumir o comando do estado italiano, o Parlamento lhe concederia plenos poderes enquanto governo. Benito Mussolini baseou o Estado fascista no corporativismo, no intervencionismo econômico por parte do Estado e também no expansionismo militarista. Mussolini permaneceu no poder até 1943. Foram, portanto, 21 anos de governo sob o regime fascista, resumido por Benito Mussolini da seguinte forma: “Tudo para o Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado”.

Totalitarismo

Em diversos países, a crise do capitalismo provocou efeitos mais ou menos desastrosos. Preocupadas, as elites dominantes mostraram-se, então favoráveis a formação de governos fortes e autoritários, capaz de impor disciplina social para recompor a ordem capitalista, este tipo de governo se da o nome de Regime Totalitário. Entre os exemplos mais significativos de regimes totalitários estão o fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha.

Itália: fascismo de Mussolini

Podemos dividir o governo de Mussolini em duas fases. Na primeira fase Mussolini organizou milícias fascistas que promoveram uma série de atentados terroristas contra os políticos de oposição. Na segunda fase Mussolini já havia reunido poder suficiente para implantar a ditadura fascista na Itália. Tornou-se então o chefe supremo do Estado, sendo conhecido como Duce, que em italiano significa “aquele que dirige”.

Alemanha: nazismo de Hitler

Com a morte de Hindenburg, em agosto de 1934, o então chanceler Hitler assumiu também a presidência do país, tornando-se, então, o chefe absoluto da Alemanha. Exercendo total controle sobre a sociedade, o governo de Hitler dedicou-se à reabilitação econômica do país. Estimulou a agricultura e a industrialização, principalmente na área de armamentos. Desrespeitando as proibições do Tratado de Versalhes, a Alemanha hitlerista passou a se militarizar rapidamente. Em 1938, iniciou sua política de expansão pela Europa, sua primeira investida foi contra a Áustria, que conquistou sem disparar um tiro.

Os regimes totalitários se expandiram no período entreguerras. Diante da crise econômica e social, vários países tentaram resolver seus problemas por meio de governos ditatoriais.

As doutrinas totalitárias de inspiração nazi-fascistas tiveram repercussão em diversas partes do mundo. Foi o caso, por exemplo, da Espanha (a ditadura de Franco), Portugal (a ditadura de Salazar), e até mesmo do Brasil (o integralismo de Plínio Salgado).

Podemos concluir então, que o Totalitarismo é uma prática de um regime político que defende a total importância do Estado sobre os interesses dos cidadãos, o Estado tem um governo forte, capaz de controlar de forma absoluta os diversos setores da vida social. Em termos políticos, o regime totalitário prega o fim da democracia liberal e a eliminação das oposições por meio de uma propaganda agressiva ou através da violência física, a linha política do Estado é determinada por um único partido.

Emenda Platt

A Emenda Platt foi um dispositivo Constitucional assinado pelo Senado norte-americano em 1901, para garantir que os Estados Unidos pudessem intervir política e militarmente na ilha de Cuba.

No final do século XIX, após a independência, os norte-americanos trataram de se livrar dos interesses comerciais europeus para conquistar de vez a hegemonia no continente.

Com políticas articuladas, os Estados Unidos apoiaram a descolonização dos países vizinhos para tê-los como aliados e atingir seus interesses geopolíticos e econômicos de forma efetiva.

Com Cuba não foi diferente. Em 1898, o intelectual José Martí liderou um processo de independência da ilha, que estava sob domínio da Espanha. Ágeis, os governantes dos Estados Unidos viam na ilha uma grande possibilidade de expansão comercial e apoiaram os cubanos na expulsão dos espanhóis.

Os norte-americanos venceram e impuseram a assinatura do Tratado de Paris, que dava aos Estados Unidos o direito de controlar Cuba.

Antes de elaborar uma Constituição cubana, os Estados Unidos elaboraram a Emenda Patt para garantir que a ilha estaria sob seu controle total, com o argumento de que, desta forma, Cuba estaria ‘protegida’ das invasões europeias.

A Emenda Platt deixou Cuba sob domínio norte-americano até 1933, ano em que o soldado e ditador Fulgêncio Baptista assumiu o governo cubano pela primeira vez.

Segundo Fidel Castro, socialista que derrubou a ditadura de Baptista em 1959, a emenda determinada pelos Estados Unidos só contribuiu para a intensificação do colonialismo econômico da ilha.

Fontes:
http://www.mundoeducacao.com.br/historia-america/emenda-platt.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Mart%C3%AD

Guerra Russo-Japonesa

A Guerra Russo-Japonesa foi o conflito armado que ocorreu entre o Império do Japão e o Império Russo, que estavam disputando certos territórios da Coreia e da Manchúria, no período datado de 1904 a 1905. O que realmente aconteceu é que os dois países tinham uma grande intenção de conquistar territórios tanto na Coreia quanto a região conhecida como Manchúria (uma vasta região do leste da Ásia que atualmente inclui o nordeste da China), e foi justamente essa disputa, e procura pela dominação que gerou o conflito.

A guerra aconteceu no nordeste asiático da Rússia e fez com que o regime politico do Czar Nicolau II da Rússia fosse extremamente abalado devido a uma série de revoltas, em 1905, envolvendo operários, camponeses, marinheiros e soldados do exército. Houve vários protestos, várias greves contra o regime absolutista do Czar em várias regiões da Rússia, alguns lideres socialistas procuravam até mesmo organizar os trabalhadores em certos conselhos (denominados sovietes), nos quais debatiam as decisões a serem tomadas e seguidas pelo país no ramo da politica.

Houve várias tentativas de acordos diplomáticos para tudo ser resolvido da melhor maneira possível, porém tudo foi em vão. Os Japoneses tomaram posse do porto (Porto Arthur), enfrentaram e confrontaram os Russos, além é claro de derrota-los também. E essa foi a primeira vez na História que um país Europeu foi derrotado por uma nação asiática

Esse confronto, para os Japoneses, é lembrado com bons olhos. Além de serem os vitoriosos, houve uma grande comoção por parte dos Japoneses, afinal, nenhuma outra nação Europeia havia sido derrotada por uma nação Asiática. Além disso o Japão era uma país que já tinha uma certa tradicionalidade militar, tinha um exército muito forte, e uma bela marinha (que apesar de ser formados por barcos de pequeno porte, eles tinham uma grande mobilidade dentro do mar, e principalmente tinha um grande poder de fogo). Foi dessa maneira que os Japoneses conseguiram derrotar os Russos e os impor uma derrota considerada por muitos como humilhante. Essa guerra inclusive, é citada por muitos estudiosos como o grande marco da soberania Japonesa. Foi com essa vitoria que todos começaram a olhar o Japão com “novos olhos”. Com ela que todas as nações (europeias ou não) viram o Japão como uma grande potência imperialista.

Agora no outro extremo temos a Rússia, que além de amargar essa derrota teve que admitir a fraqueza do regime Czarista, pela queda desse regime e posteriormente pela Revolução de 1917.

Fontes:
http://www.guerras.brasilescola.com/seculo-xx/guerra-russojaponesa.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Russo-Japonesa

URSS

A União Soviética foi o país que representou o bloco comunista no mundo a partir de 1922 e combateu a polaridade capitalista até 1991.

No começo do século XX, a Rússia ainda era um país muito atrasado em relação aos demais. O modo de produção russo ainda era feudal, o país era absolutista e governado por um czar. Ainda no final do século XIX, foi construída uma estrada que permitiu uma rápida industrialização de regiões como Moscou e São Petersburgo, só que a Rússia não tinha estrutura para suportar uma drástica mudança. Os camponeses acabaram ficando na mesma situação de miséria.

Em 1905, as insatisfações da população russa culminaram em um movimento de contestação ao sistema que, mesmo sem uma liderança definida ou propósitos muito claros, resultou na chamada Revolução Russa de 1905. O evento é considerado um ensaio geral para a grande revolução que ocorreria no ano de 1917 e transformaria significativamente a estrutura do país. Em 1905, o czar perdeu a admiração que sustentava dos súditos, conseguiu ainda se sustentar no poder até 1917, mas a Revolução Russa de 1917 condenou o czar Nicolau II à morte. Este movimento foi conduzido pelo Partido Bolchevique, o qual reunia um grupo mais radical que defendia mudanças através da ação revolucionária.

Foi em 1922 que se constituiu oficialmente a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Esta se formou como um grande país de dimensões continentais e reuniu Rússia, Ucrânia, Bielorússia, Transcaucásia, Belarus, Estônia, Lituânia, Letônia, Moldávia, Georgia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguizão e Tadjiquistão. O transcorrer da Primeira Guerra Mundial foi vital para o novo movimento revolucionário na Rússia e a formação de um grande país de cunho comunista.

Lênin foi o grande nome da formação da União Soviética, ele foi o responsável por conduzir os trabalhadores na revolução e por estruturar a política e a economia do novo país. Após sua morte, Stalin assumiu o controle da União Soviética, instalando uma ditadura socialista que se estenderia até a década de 1950.

A União Soviética conheceu grande crescimento e, por se tratar de um país com bases comunistas, passou ilesa pela Crise de 1929 que abalou profundamente vários países capitalistas. Na Segunda Guerra Mundial, a União Soviética foi uma das grandes vencedoras, ao lado dos Estados Unidos. Os dois países foram os grandes ganhadores da guerra, entretanto um deles, Estados Unidos, defendia a ideologia capitalista, enquanto a União Soviética defendia a ideologia comunista. A polaridade entre os dois países dividiu o mundo em um novo confronto a partir de 1945, a Guerra Fria.

A Guerra Fria foi um confronto ideológico que colocou em choque as ideologias capitalistas e comunistas no mundo. Os líderes do capitalismo eram os Estados Unidos e do comunismo era a União Soviética. Como ambos os países, vencedores da Segunda Guerra Mundial, desfrutavam de armamento capaz de realizar uma mútua destruição, o confronto direto entre eles não ocorreu. Em lugar disso, vários conflitos surgiram no mundo tendo a influência e o apoio, militar e econômico, de tais países. O grande símbolo da Guerra Fria foi o Muro de Berlim, o qual cortou a cidade alemã de Berlim em lado ocidental e lado oriental, sendo ocidental capitalista e oriental comunista.

A União Soviética travou grande conflito com os Estados Unidos pela influência ideológica no mundo durante algumas décadas. No início da década de 1980, entretanto, a União Soviética já se mostrava desgastada e incapaz de se sustentar em sua ideologia. Seus produtos e estrutura política já estavam sucateados, várias medidas foram implantadas para tentar dar sobrevida ao sistema. A população já não estava mais satisfeita com as promessas comunistas e se revoltara contra as rígidas regras impostas pela União Soviética ao longo dos anos. Em 1989 foi derrubado o Muro de Berlim, símbolo da Guerra Fria. Muitos consideram a ocasião como o marco do fim do socialismo no mundo, mas o mais certo seria dizer que é o marco da vitória do capitalismo no mundo. A União Soviética, por sua vez, chegou realmente ao fim em 1991 quando foi desmembrada em vários outros países.

Tratado de Versalhes

Tratado de Versalhes foi um tratado de paz que determinou os termos de paz na Europa pondo fim oficialmente à Primeira Guerra Mundial. A data de sua assinatura é 28 de junho de 1919 e teve lugar na cidade de Versalhes, antiga residência do monarca da França. Além do acerto da paz entre os beligerantes, este documento abordava também a criação da Liga das Nações, organização destinada a promover a paz e a prevenir conflitos entre seus membros.

O tratado foi negociado durante cerca de seis meses de deliberações, contados a partir do armistício de novembro de 1918, que pôs fim aos combates propriamente ditos. O ponto principal do tratado estipulava que a Alemanha seria apontada como a responsável pelo início da guerra, e assim sendo, deveria cumprir uma série de reparações destinadas aos integrantes da Tríplice Entente, o nome da coalização adversária de Alemanha e seus aliados. Entre tais reparações estava a obrigação de ceder partes de seu território aos países fronteiriços, perda de seu império colonial na África, Ásia e no Pacífico, a ser dividido entre os vencedores do conflito, além de diminuição do exército, cessão de exploração de recursos econômicos de regiões estratégicas do país, além de uma soma absurda de indenizações a ser paga.

A assinatura de um tratado tão severo causou choque e imensa desilusão na Alemanha. A população em geral descrevia como humilhação e desonra a aceitação por parte de seu próprio governo de tão severas e opressivas condições, sem ao menos um maior esforço em conduzir negociações de paz mais detalhadas ou planejadas. Claro, que ante tal clima de revolta, não faltaram os protestos e turbulências de ordem político-social ameaçando a própria estrutura do país.

É consenso entre a maioria dos historiadores que, nas exigências exacerbadas do Tratado de Versalhes podemos encontrar as sementes da Segunda Guerra Mundial, pois, uma nação humilhada e aparentemente sem rumo como a Alemanha foi claramente presa fácil de uma doutrina heterodoxa, autoritária e delirante como a do Nazi-facismo.

Além disso, é creditado ao Tratado de Versalhes uma série de desarranjos e focos de crise, como por exemplo, o conflito entre israelenses e árabes, que não aceitam as decisões do tratado com respeito ao delineamento de suas respectivas fronteiras, resultado da divisão das áreas do então extinto Império Otomano.

A questão dos curdos também deve muito a Versalhes, pois foi-lhes prometido direito à autodeterminação, a qual este povo ainda aguarda. Até países distantes do conflito como Ruanda e Burundi devem sua existência ao Tratado de Versalhes, pois foram desmembrados da antiga colônia alemã da África Oriental e entregues à administração belga.

Bibliografia:
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,400678,00.html
http://iconicphotos.wordpress.com/2009/04/28/the-treaty-of-versailles/

Revolução Russa

A Revolução Russa de 1905 é considerada o marco inicial da famosa Revolução Russa de 1917.

No começo do século XX, a Rússia ainda era um país absolutista com o poder centrado na figura do czar. A transição do feudalismo para o capitalismo aconteceu tardiamente no Império Russo, o que denota mais ainda o atraso das estruturas políticas e econômicas do país em relação ao restante do mundo.

No ano de 1861 ocorreu a chamada emancipação dos servos na Rússia, o que permitiu que o país se guiasse para o capitalismo. Entretanto essa transição aconteceu muito rapidamente e, logo, houve um descontrole da situação. Instalava assim uma crise política. Os servos foram libertados e tiveram o direito de comprar a terra onde trabalhavam, mas a consolidação da liberdade adquirida teve um custo muito alto e eles acabaram permanecendo na mesma situação de miséria.

A economia russa sofreu rápida transformação também em decorrência da construção da Ferrovia Transiberiana que permitiu a entrada do capital estrangeiro. As regiões de Moscou, São Petersburgo e Baku conheceram um rápido processo de industrialização e condicionaram o surgimento do operariado urbano e o crescimento da classe média. A dinamização na estrutura social uniu as classes no interesse pela democratização do sistema político enquanto a nobreza feudal e o czar tentavam manter a estrutura russa intacta.

O descontentamento da população com uma Rússia que mantinha estruturas muito atrasadas em relação ao restante do mundo só intensificou. A Guerra Russo-japonesa, entre 1904 e 1905, ofereceu o motivo que faltava para a população se reunir em protesto contra o sistema. Nesse conflito, a Rússia provou uma derrota desastrosa. Foi então que no dia 22 de agosto de 1905 o padre Gregori Gapone organizou a população em uma manifestação pacífica que marchou até o palácio de inverno do czar Nicolau II para entregar um documento com uma série de reivindicações dos russos. Nicolau II ameaçou reprimir o movimento caso não recuassem, como não aconteceu, a guarda do czar disparou contra a população e deixou centenas de mortos. Esse evento ficou conhecido como Domingo Sangrento e acabou com a boa imagem que súditos tinham do czar, oferecendo o passo inicial para o movimento revolucionário.

Os diversos setores da sociedade russa passaram a contestar o atrasado sistema da Rússia. Os trabalhadores urbanos reivindicavam melhorias econômicas e igualdade, intelectuais e liberais protestavam por direitos civis, as forças armadas e as nacionalidades minoritárias queriam liberdade cultural e política e os camponeses, principais descontentes, almejavam melhoras econômicas.

A Revolução Russa de 1905 acabou sendo um movimento espontâneo contra o governo em vigência, não tinha liderança definida e muito menos direção, controle ou objetivos claros. Mas foi de grande importância na mudança da estrutura russa e para permitir a grande revolução em 1917. Lênin a considerava como um ensaio geral para 1917.

O czar tentou ainda manter sua tradicional autoridade. Em outubro do mesmo ano lançou o Manifesto de Outubro, no qual permitiu a criação do parlamento e a existência de partidos políticos. Nisso ganharam espaço na Rússia os partidos Menchevique e Bolchevique, sendo que o primeiro era mais moderado e defendia reformas graduais com o apoio da burguesia enquanto o segundo, mais radical, defendia a ação revolucionária. A iniciativa do czar acalmou os moderados, porém os socialistas continuaram insatisfeitos e organizando greves. Os reformadores terminaram o ano rachados, abrindo espaço novamente para a figura do czar. Este ainda governou por alguns anos, mas com uma estrutura russa relativamente alterada.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Russa_de_1905
http://www.fflch.usp.br/sociologia/docartigos/Ricardo_Historia.pdf
http://www.jornal.ufrj.br/jornais/jornal8/jornalUFRJ803.pdf

Primeira Guerra Mundial

O final do século XIX e a 1ª década do século XX na Europa, foram marcados por um clima de confiança e otimismo. Os homens da época tinham a sensação de que a Europa teria o domínio definitivo sobre todos os continentes. Porém, por trás dessa aparência de tranqüilidade estavam presentes graves problemas econômicos.

O mundo encontrava-se dividido e submisso às grandes potências européias e aos Estados Unidos. Não existiam mais territórios sem dono e as grandes potências brigavam entre si na tentativa de expandir suas áreas de dominação econômica e política.

A Revolução Industrial trouxe transformações importantes para a economia capitalista: surgiram as máquinas elétricas e os motores a combustão.

As indústrias mais importantes extraiam petróleo, fabricavam aço, máquinas e navios.

A competição capitalista estimulou o crescimento de algumas empresas; porém, levou ao fracasso muitas outras. Empresas mais fracas foram compradas ou faliram, enquanto que as grandes ficaram maiores ainda.

Os chamados monopólios (grandes empresas) passaram a controlar os grandes setores da economia. Tais empresas queriam crescer e enriquecer cada vez mais. Desejavam matérias-primas (minério, algodão, cacau), mão-de-obra barata (para trabalhar nas minas com salários reduzidos e lucros para os patrões) e mercados consumidores.

Para conseguir tudo isso as empresas (monopólios) precisavam investir capital em outros lugares do mundo e criar impérios econômicos (principalmente em países de economia mais frágil) e tudo isso com a ajuda de seus respectivos governos.

Economistas alemães e ingleses do início do século XX chamaram essa nova fase do capitalismo mundial de Imperialismo.

Esse choque de imperialismos acabou deflagrando a Primeira Grande Guerra.

O Imperialismo estava ligado a dois fenômenos:

- Investimento de capital no estrangeiro
- Domínio econômico de um país sobre o outro

Os países imperialistas colonizaram vastas regiões na África e na Ásia e justificaram as suas ações baseadas no racismo (“raça branca merece dominar as demais”), etnocentrismo (“brancos civilizados levam progresso aos povos primitivos”), darwinismo (“nações mais fortes sobrevivem e mais fracas, não”).

No começo do século XX, a indústria alemã estava ultrapassando a inglesa. Tanto alemães quanto ingleses não queriam competir no mercado e para acabar de vez com a concorrência, seus governos decidiram que uma guerra seria muito bem-vinda.

Porém, era preciso convencer o povo de que não havia outra saída. Para tal “serviço de convencimento”, a imprensa foi fundamental, e cada país usava os jornais para tentar destruir moralmente o outro.

Em 1871, a Alemanha se tornou um país unificado, essa unificação se completou depois que os alemães derrotaram a França na Guerra Franco-Prussiana. Como conseqüência, a França foi obrigada a entregar a região de Alsácia-Lorena, fato que levou os franceses a quererem vingança.

A Europa estava a um passo da guerra e os países disputavam novas colônias. A situação se agravou ainda mais quando o arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do trono austríaco) visitou Sarajevo. A população de Sarajevo odiava os austríacos e o filho do imperador austríaco resolveu desfilar de carro aberto pela cidade.

Francisco Ferdinando foi assassinado e esse fato é considerado a causa imediata da Primeira Guerra.

Porém, vários outros fatores também contribuíram para o advento da guerra.

- A construção da estrada de ferro Berlin-Bagdá: sua construção colocaria à disposição da Alemanha os lençóis petrolíferos do Golfo Pérsico e os mercados orientais, além de ameaçar as rotas de comunicação entre a Inglaterra e seu Império.
- Pan-Eslavismo Russo (união de todos os povos eslavos sob a proteção da Rússia): o Pan-Eslavismo servia de justificativa para os interesses imperialistas da Rússia de dominar regiões da Europa Oriental habitadas por outros povos eslavos (poloneses, ucranianos, tchecos, eslovacos, sérvios, búlgaros, croatas…)
- Nacionalismo da Sérvia
- Conflitos originários da decadência do Império Turco
- A Alemanha e a Itália eram imperialistas, queriam e precisavam de colônias, para isso precisariam tomar as colônias de outros países, já que não havia mais quase locais para serem dominados
- Crises no Marrocos: alemães, ingleses e franceses disputavam essa área
- Primeira e segunda Guerra Balcânica

Das rivalidades entre essas várias potências, surgiram dois sistemas de alianças. O que unia esses dois blocos era a existência de inimigos comuns:

- Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia)
- Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro – Húngaro e Itália)

A primeira guerra dividiu-se em 3 fases:

- Guerra de movimento: momentos iniciais do conflito. O jogo de Alianças e as hostilidades arrastaram vários países para o conflito

- Guerra de Trincheiras: consistia na construção de trincheiras pelos alemães em solo francês. Nesse momento foram introduzidas novas armas como as metralhadoras e os tanques.

- Ofensivas

Em 1915, Japão e Itália entraram na guerra, porém, o primeiro se retirou do conflito após tomar os territórios alemães na China e algumas colônias.

Em 1916, houve duas grandes batalhas envolvendo Franceses, Ingleses e Alemães:

Batalha de Somme (1 milhão de 100 mil mortos) e a Batalha de Verdun (600 mil mortos).

Os EUA vendiam alimentos, combustível, produtos industriais e máquinas para a França e a Inglaterra. Tudo pelo sistema de crediário (“compre agora e pague depois da guerra”).

Com o passar do tempo, a situação ficava pior (destruição, fome, miséria e matanças) e os EUA começaram a temer que a França e a Inglaterra não pagassem pelas mercadorias compradas dos americanos (os dois países deviam aos americanos quase 2 bilhões de dólares).

Com essa mentalidade, os americanos começaram a fazer uma forte campanha a favor da entrada do país na guerra.

Em março de 1917, os alemães afundaram alguns navios americanos que iam comerciar com a Inglaterra e no dia 6 de abril o Congresso americano votava favoravelmente a declaração de guerra à Alemanha.

Em 1917, várias propostas de paz foram lançadas por países e entidades neutras. O presidente dos EUA (Woodrow Wilson), em 1918, levou essas idéias ao Congresso no chamado “Programa dos 14 Pontos”.

Em março do 1918 (após a revolução socialista) o governo russo assinava a paz com a Alemanha e se retirava da guerra. Bulgária, o Império Turco e o Império Austro- Húngaro também seguiam o exemplo russo e se retiraram do conflito.

Enquanto os países se retiravam aos poucos do conflito, o povo alemão se rebelava contra a guerra.

Em 1918, a Alemanha foi transformada em República e o novo governo aceitou o armistício dando por encerrado o conflito.

Em 1919, iniciou-se a Conferência de Paris (no Palácio de Versalhes), onde seriam tomadas as decisões diplomáticas do pós-guerra. Os 27 países “vencedores” participaram da conferência.

O Tratado de Versalhes colocou de lado o “Programa dos 14 Pontos” e os “vencedores” impuseram duras penalidades à Alemanha:

- A Alemanha perdeu suas colônias
- Ficou proibida de ter forças armadas
- Foi considerada culpada pela guerra
- Teve que pagar uma indenização aos “vencedores”

Com tudo isso, a Alemanha perdeu muito dinheiro e mergulhou na maior crise econômica de sua história.

Na Alemanha, não havia mais imperador, agora o país era uma república democrática e esse período foi chamado de “República de Weimar” que durou até 1933, quando os nazistas tomaram o poder impondo um regime ditatorial.

Até então, essa foi a pior guerra que o mundo conhecera, foram 9 milhões de mortos e além deles, 6 milhões de soldados voltaram mutilados.

Além dessas, a guerra também trouxe outras sérias conseqüências.

- Famílias destruídas e crianças órfãs
- Os EUA tornaram-se o país mais rico do mundo
- O império Austro-Húngaro se fragmentou
- Surgimento de alguns países (Iugoslávia) e desaparecimento de outros
- O império turco após 200 anos de decadência se dividiu
- Em 1919, foi criada a Liga das Nações (sediada na Suíça); porém, pouco tempo depois ela fracassou
- O desemprego aumentou na Europa

Quatro anos após a Guerra, a Europa já não era mais a mesma. Dentre as principais mudanças estão:

- presidentes no lugar de príncipes, automóveis circulando pelas ruas, submarinos nos mares e aviões nos céus
- O cinema e o rádio também começaram a se expandir
- As mulheres tomaram consciência dos seus direitos e tornaram-se mais livres

Tudo isso caracterizava uma nova fase mundial, era o início de um novo século.

Leia também:

FILOSOFIA

Discriminação E Preconceito


Autor: Nilton Salvador

Preconceito é a idéia.

Discriminação é a idéia colocada em "prática".

Um exemplo: em algum momento você pode não gostar de uma pessoa com determinada característica, feia ou bonita, bizarra ou estigmatizada, esse é um preconceito.

A partir do momento que você passa a insultá-los ou qualquer outro tipo de atitude pejorativa, é a discriminação.

Aprendemos que o preconceito leva à discriminação, quando deficientes da mente, como os autistas, são considerados inferiores e excluídos por aqueles que se consideram “melhores” como acontece em divulgações por jornalistas, principalmente por autoridades e políticos midiáticos.

O preconceito e a discriminação variam pela maneira com que cada cronista, colunista, apresentador de rádio ou televisão se expressa e, principalmente quando exterioriza o desprezo por determinados grupos portadores de alguma deficiência, da mente ou não, encontrado em determinada situação.

Discriminação é um conceito mais amplo e dinâmico do que o preconceito.

A discriminação pode ser provocada por indivíduos e por instituições, enquanto que o preconceito, só pelo indivíduo.

A imprensa, sem generalizar é claro, principalmente a televisão que precisa manter a sanha comercial mascarada de imparcialidade, não se preocupa com o conhecimento da causa que leva a reportar.

Um jornalista, em nome da ética profissional, muitas vezes pressionado pelo manual de redação e ainda o fantasma do desemprego, embora bem intencionado, acaba cometendo equívocos lamentáveis por falta de conhecimento, partindo do princípio de que a sua fictícia missão de bem informar, o impede pelo menos de saber o significado do que está falando.

Até onde a internet atingiu ainda se fala da Suzan Boyle, a solteirona escocesa de 47 anos, desempregada, desleixada e desmazelada, que morava sozinha com seu gato e mais, que nunca teria sido beijada, tornando-se um recorde de audiência indireto do canal de televisão que a revelou, no mundo inteiro.

Como assisti ao vídeo várias vezes, observei que ela ao responder sobre sua idade, disse também que tinha alguma coisa a mais naquele corpo, e balançou, pois não chegou a rebolar, provocando o espanto inicial aos seus julgadores e o início da avassaladora onda de repercussão de audiência mundial.

O exercício de pensamento que fiz a respeito sobre o que Suzan tinha a mais no corpo importa a mim, mas questiono o modo como o mundo que leio e vejo revelou e continua debatendo até o esgotamento, seu pensamento a respeito do seu biótipo e perfil, julgando aparências.

As discussões de todos os tipos, até onde acompanhei, tiveram como principais comentários sobre a caloura escocesa, já como vitima de preconceito, idade e aparência, os seus estereótipos, até com carimbo de alguns jornalistas e comentaristas bem intencionados exemplificando que nunca devemos julgar um livro pela capa.

Julgamentos rápidos são muito perigosos. Suzan diz que “não há nada que se possa fazer a respeito, é o modo como as pessoas são e como pensam”.

A Psicologia diz que os “estereótipos são vistos como “um mecanismo necessário para entendimento da informação".

Por uma inexplicável falta de conhecimento, como é o que acontece especificamente com o “autista”, que em nome da cultura do “achismo” algumas pessoas públicas, da imprensa e principalmente no meio político, por achar a palavra incomum, sem ao menos buscar a realidade do que é, falam, rotulam e citam pejorativamente provocando ferimentos difíceis de cicatrizar em quem nada tem a ver com a sua desinformação.

Rotular qualquer pessoa, não importa quem, representa ignorância, é um caso de covardia e crueldade.

Devemos aprender levar espiritualidade para nossa vida, antes que modismos descartáveis eliminem até os conceitos de família.

Barack Obama contrariou os estereótipos negativos a respeito dos negros, mas algumas pessoas contrárias a qualquer tipo de inclusão social, já estão criando um subtipo de negros - profissionais negros - em vez de contestar o estereótipo geral, neutralizando noções preconcebidas como fizeram com caloura Suzan Boyle.

“A deficiência, não, faz parte da pessoa” porque "se uma pessoa é bonita ou simpática, as outras riem das piadas dela, e interagem com ela, de uma forma que facilita a interação social". "Se uma pessoa não é atraente, é mais difícil conseguir todas estas coisas porque as outras pessoas não a procuram".

A caloura já passou a categoria de profissional. Outros discriminados por situações parecidas foram extintos do meio artístico.

Agora as preocupações do mundo se voltam para a influenza H1N1, mais conhecida como "gripe suína".

O porco que nada tem a ver com resfriado ou gripe, em muitos países está deixando de ser alimento.

Está sendo discriminado, banido ou morto.

É preconceito.

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Perfil do Autor

Nascido em Joinville – SC. no ano de 1948 - Escritor amador - Articulista em jornais, revistas, sites, grupos e listas de discussão, do ponto de vista bio-psico-sócio-espiritual. Autor dos livros: Vida de Autista; Autismo - Deslizando nas Ondas; Deficiência ou Eficiência – Autismo uma leitura espiritual e Vivo e Imortal - Ensinando a Aprender. Consultor Independente em administração de empresas; política e estratégia; recuperação de empresas; mediador corporativo; mediador de passivos; gestão de pessoas; administração de marketing.